terça-feira, 21 de julho de 2009

Ele voltou. O boêmio voltou novamente...

Pegando carona no assunto do último post, resolvi comentar sobre a volta do vinil, mania que eu mesmo voltei a cultivar há algum tempo.

Eu voltei a dar a merecida atenção à minha coleção de LPs que, na verdade, hoje nem é tão somente minha assim, já que coletei material de diversas pessoas que queriam se livrar daquelas "velharias" após o declínio do bom e velho (para alguns, mais velho do que bom) vinil.

E tem sido muito bom para mim.

O vinil tem vantagens (e, obviamente, desvantagens) em relação a seus sucessores que podem ser mais, ou menos, relevantes de acordo com o equipamento e o ouvido de cada um.

Porém, meu objetivo, neste momento, não é abordar questões técnicas, mas simplesmente falar de aspectos sentimentais.

Muito se fala sobre como uma música pode ter o efeito de trazer à mente outras épocas e sentimentos, mas sentar hoje em frente a um toca-discos e colocar para tocar um LP que tenha tido alguma importância em sua juventude é, desculpem o clichê, uma máquina do tempo.

Olhar aquela bolacha preta rodar enquanto inspeciona-se a capa e o encarte, é capaz de confundir seus sentidos de tal forma que você passa até a sentir cheiros e às vezes traz sensações tão fortes, que parecem acontecer naquele momento.

A questão é que quando era apenas um adolescente tarado por música (antes de virar um adulto tarado por música), não tinha verba para comprar todos os discos que me interessavam, então a prática acabava sendo não comprar aqueles que os amigos já tinham, e que podíamos gravar (a não ser naqueles casos de títulos que tínhamos de ter de qualquer forma). Dessa forma, aplicávamos nossa suada mesada, de forma geral, nos discos que não tínhamos para gravar.

O lado ruim desta técnica é que minha discografia acabou com buracos, não ostentando títulos que considero indispensáveis, seja por sua indiscutível (para meus critérios) qualidade, seja por aspectos sentimentais. Ou pela mistura de ambos em quaisquer quantidades.

Sendo assim, venho tentando corrigir essas falhas procurando os amigos que ainda não se livraram dos seus estoques, com promessas de uma aposentadoria digna para suas bolachas, e até mesmo comprando discos usados. Também passei a comprar na Amazon alguns títulos essenciais em versões remasterizadas em vinil de 180g.

E fazendo isso, notei um interessante efeito colateral associado ao fato de lidar com discos que não foram originalmente meus, embora eu tenha convivido com aquela música na época, no rádio ou em minhas fitas gravadas.

O fato é que estes discos não têm uma história comigo. Eu não me lembro de quando os comprei (uma etiqueta de lojas que não existem mais, com preços em Cr$, tem efeitos muito interessantes). Também não passei horas das minhas tardes ociosas os escutando até meu irmão ameaçar lançá-lo pela janela. Então, em certa escala, eu não os sinto como completamente meus.

A situação é mais bizarra no caso daqueles com etiquetas de lojas que eu nunca visitei, algumas até em outros estados ou, principalmente, quando há escritos nomes dos antigos donos ou dedicatórias (coisa que eu sempre deplorei, essa de escrever nas capas). Nesse último caso chego a me pegar sentindo ciúmes, como se fosse uma namorada que faz questão de passar o dia falando dos bons momentos com seu ex.

É eu sei. Coisa de maluco mesmo.

Mas para alguns o maior exemplo de minha L.R.V. (loucura relacionada ao vinil) foi a compra de uma máquina de lavar LPs. Mas isso fica para um próximo post.

Para começar a deixar clara a intensidade de meu problema, aqui vão algumas imagens. Aquelas que, dizem, valem mais do que mil palavras (clique nas imagens para abri-las com seu tamanho original):



LPs na parede e na prateleira (não couberam todos, mas já é um começo).


Meus CDs (estão quase todos aí).


Um dos meus armários de DVDs (esse, praticamente só de música).

6 comentários:

Barbarella disse...

nuoossaaaaaaa... estou boba com tantos CDs, você tinha me falado dessa sua mania, mas não achei que era tanto...rs

poxa, mais uam vez fiquei com inveja boa d você, mas eu queria ter tudo isso também de filmes, ah eu sou louca com filmes...

Fui esse FDS para Chapada dos veadeiros, jantei(mentira, mais bebi que jantei) num restaurante que tinha uma sala cheia de vinil, acho que você ia aadorar.

Bjos

Varotto disse...

Obrigado, Bella, por salvar este meu post de uma eternidade no purgatório dos sem comentários.

Que bom que você gostou da minha loucura...

P.S.: E o caminhãzinho? Continua quebrado? ;)

Barbarella disse...

hahaha

continua...=0

Rômulo Rodrigues disse...

Você gosta mesmo de música hein....

Anônimo disse...

necessario verificar:)

Emilio Pacheco disse...

Achei seu blog procurando dicas de armários e estantes para CDs (também vou precisar para livros e DVDs). Até o fim do ano estou me mudando para um apartamento maior onde pretendo organizar tudo. Achei interessante essa solução que você achou para os LPs. Confesso que já tinha pensado em algo assim para os próprios livros, CDs e DVDs. É uma boa opção para aproveitar a parte de cima da parede, que em geral fica ociosa. Só não sei se aquela estante fica bem fixa, pois se chega a cair, é um desastre. Vou salvar a foto para poder mostrar para alguém e perguntar: dá pra fazer algo assim?