quarta-feira, 1 de julho de 2009

Don't Stop 'Til You Get Enough

Desde a morte de Michael Jackson pensei diversas vezes em escrever algumas palavras, mas acabava desistindo seja porque já li diversas coisas que expressam o meu pensamento sobre o assunto (e não queria ficar chovendo no molhado) ou porque já estivesse meio de saco cheio dessa coisa mórbida do culto ao defunto famoso.

Então vou resumir minha opinião dizendo que sempre o considerei um grande artista e considero os álbuns "Off the wall" e "Thriller" pérolas, para ficar só nestes dois. Mas em algum momento o menino prodígio acabou pegando uma curva errada, e sempre senti muita pena do que o mundo, com a ajuda dele próprio, fez da sua vida. Em verdade tenho dúvidas se o que ele teve pode ser genuinamente chamado de uma vida.

Enfim, resolvi abrir mão do meu silêncio para mostrar este vídeo, gravado na semana passada durante o Meinl Guitar Festival, no qual os mestres Vai e Timmons prestam homenagem a Jackson executando uma versão instrumental de um de seus maiores clássicos, "Beat it", que contava, em sua gravação original, com as guitarras de Steve Lukater e Ed Van Halen (no solo).

17 comentários:

Barbarella disse...

tentei ver por aqui mas a internet daqui está tâo lenta que verei depois em casa com calma...

Varotto disse...

Fora de casa uma hora dessas? Que bagunça e essa?! ;o)

Climão Tahiti disse...

Nunca fui muito fã de Michael Jackson, sempre gostei do "lugar comum" dele, e nem mesmo com seu falecimento precoce (o que não quer dizer que pra ele tenha sido o pior) consegui avançar meu apreço pelo cantor ou muito menos pela pessoa.

O vi sempre como alguém com sérios problemas mentais e que era uma marionete de produtores, pais e aproveitadores que sugaram tudo que ele sempre foi e até depois da morte continuam brincando com o boneco.

A morte o libertou de si mesmo.

Varotto disse...

Dragus, que ele tinha problemas na cachola ninguém pode negar, embora, analisando a história friamente, fique claro que ele teve muita ajuda externa para piorar as coisas.

Acho que a cobrança de um pai que o obrigava a treinar o dia inteiro como um animal, jogando fora sua infância para realizar os próprios sonhos, o espancava quando errava e, para completar, fazia questão de repetir como ele era horroroso com aquele narigão imenso na cara, no mímino, não colaborou com sua sanidade. Alguns podem até achar que esse psicologês é tudo balela, porque há pessoas que enfrentaram coisas piores e sobreviveram ilesas (ou quase), mas cada um é diferente e acho que o que passou é o suficiente para explicar várias das bizarrices posteriores. Mas até aí tudo bem, ninguém tem de concordar com isso.

Sobre seus dotes artísticos, também concordo que já fazia pelo menos uns 20 anos que ele não produzia nada que realmente fizesse a diferença, mas analisando as obras que eu citei é inegável constatar sua importância não só para a cena musical, mas também para a música em si. Ao escutar os discos que ele gravou ainda na primeira adolescência, você escuta coisas que tem uma alma, que é difícil atribuir aquilo a um garoto de 12 anos.

E sobre essa questão da irrelevância artística dos últimos tempos, e como o Rob falou uma vez sobre o show do OZZY. Ele disse algo como que mesmo que ele passasse as duas horas sentado em um banquinho contando histórias já valeria o ingresso. E na época eu discordei, dizendo que show é show, se o cara não conseguisse mais, tinha de pendurar as chuteiras. E, convenhamos, em termos de show, Michael Jackson sabia como poucos como satisfazer o público. Mesmo que fosse com material de mais de uma década de idade.

Até concordo que ele tenha sido, de certa forma, uma marionete, como você citou. A própria formação dos Jackson 5 guarda muitas similaridades com a produção em série de boy-bands que vemos hoje. Mas mesmo não sendo particurlamente um defensor do pop way-of-life, eu devoro praticamente tudo que posso de música (do pop ao thrash metal) desde criança, e enxergo nele um talento genuíno, descoberto precocemente e que engoliu sua vida.

Valeu pelo comentário!

Climão Tahiti disse...

As Boy Bands devem muito ao Jackon Dad, afinal de contas, ele criou os moldes de bandas com crianças.

Como:
1- Crie uma imagem.
2- Faça as crianças acreditarem nisso.
3- Quando acreditarem na imagem, que as façam crer que são essa imagem. Mate o "eu" real dela. (Jackon Dad matou o do MJ na porrada, diga-se de passagem)
4- Mantenha sempre o terror psicológico, pra evitar que fujam ao controle.
5- Não lhes dê o dinheiro, apenas a fama. Fama vicia.

E por aí vai...

Gilmar Gomes disse...

they don't care about Michael...

Varotto disse...

Na verdade, as boy-bands de hoje acabam sendo formadas por boys nem tão boys assim. Estão mais para post-teenager-bands.

E para acrescentar à sua lista:

- escolha os integrantes não necessáriamente por seu talento, mas pelo quesito carinha bonita.

- distribua entre eles suas novas personalidades (você vai ser o bad-boy, você o sensível, você o espertinho, e por aí vai...)

E nisso, vão aí vendendo ingressos para o funeral.

Bem-vindos ao mundo da necrofilia celebratória...

Unknown disse...

Ótima homenagem!
Parabéns pelo blog.
Por que demorou tanto?
um abraço,

Varotto disse...

Obrigado!

Jullia A. disse...

Muito melhor esse tipo de homenagem. Redundância mata.

Tyler Bazz disse...

De arrepiar!

Cláudio Neves disse...

Ricardo, acabo de assistir ao Memorial MJ pela TV. Na verdade, o primeiro network funeral blues. Foi algo mais digno do que imaginei que seria, mas sempre com o oportunismo barato mal disfarçado. Houve, por exemplo, uma clara tentativa de erguê-lo a ícone dos direitos negros nos EUA, aproximando-o de M.Luther King - e logo depois falaram os filhos de King para chancelar o título. MJ ícone dos direitos civis? MJ predecessor de Obama? Um novo Luther King? Um Malcom X? Por favor...

Resumindo, o caixão deu alguma elegância à coisa toda, mas foi o de sempre: os abutres em torno, a morbidez atingindo novos patamares e a exploração final de sua filha (?).

Fico com alguns depoimentos, como o do irmão no final e as duas canções de Steve Wonder. O resto deixo para o inevitável dvd.

Um abraço

Varotto disse...

Realmente...

Por mais que eu o admirirasse artísticamente, eleger como ícone dos direitos negros um cara que (fossem quais fossem os motivos) obviamente tinha vergonha de sua herança genética, é, no mínimo, surreal.

O mundo é estranho...

Barbarella disse...

Vi o vídeo agora e gostei bastante.

Varotto sempre com boas dicas hein. Impressionante.

Gilmar Gomes disse...

Fantasma Black or White???

Varotto marotto... Já sumiu?
Teremos que fazer também um velório público deste blog? Este blog tb terá um vulto famoso na CNN? Este blog também se reunirá com o Barbarella's Blog, Championship, Gilgomex, Blog do Tyer, Visão Panorâmica, Pensamentos Equivocados, Farofa a Milanesa e outros para cantarem "We are the blogs"????

Varotto disse...

Olha que eu falei...

Mas, na verdade, não é caso (ainda) de velório.

Apesar de ter começado minhas férias esta semana, estou fazendo um curso que me faz sair de casa cedo e voltar tarde todos os dias, então acabo não tendo tempo/saco.

Na semana que vem vai ser um pouco menos puxado, então espero aparecer mais.

Mas obrigado pela preocupação e (Gomex) pelos exageros...

;o)

Gilmar Gomes disse...

Isso é hora de esta acordado??? Aproveitee crie um novo post... rs