Para falar a verdade, são exigidas doses mínimas de conteúdo o que leva tais técnicas a serem utilizadas por representantes dos mais diversos níveis dos poderes Legislativo, Executivo e, por que não, do Judiciário.
Artifícios como a famosa Técnica Paraguaçu, que tem sido usada pode embromar multidões há décadas, com a utilização de termos pseudo-eruditos e/ou inventados, mas isso é assunto para uma aula mais avançada.
Como exercício hoje abordaremos a técnica escrita da meta-enrolação, que consiste na utilização de nenhum conteúdo (que não a própria enrolação), porém abrangendo-se o máximo de espaço e tempo possível. Mas o que é afinal a meta-enrolação???
Parênteses:(o uso de perguntas retóricas desnecessárias é extremamente útil na lida do preenchimento máximo de espaço. E nunca subestimem o uso de mais de um ponto de interrogação ao seu final, o que pode fazer uma grande diferença, em termos de espaço, a considerar o número de perguntas retóricas desnecessárias)
Parênteses dentro dos parênteses:((a repetição de expressões longas como o "número de perguntas retóricas desnecessárias" acima também pode ser de extrema valia.))
Parênteses adicionais:(o uso de explicações em parênteses também pode ser útil para cumprimento do objetivo em epígrafe. Assim como o uso de palavras como "epígrafe", o que pode ser considerado uma contribuição da Técnica Paraguaçu ao campo da meta-enrolação)
E, por último, meta-parênteses:(Depois da última reforma ortográfica, a palavra parênteses ainda tem é acentuada? Pesquisem para a próxima aula)
OBS. (que é completamente diferente de "parênteses"): Nesse ponto você já esqueceu completamente sobre o que falávamos, então vamos recapitular: estamos fazendo um exercício de meta-enrolação. Fim da OBS.
Mas, como se dizia, a meta-enrolação consiste em usar a própria enrolação, como estabelecida anteriormente, para explicar o processo de enrolação - "embromars gratia embromatis", como se diz e latim - método extremamente útil no “desenrolar” do texto (ah! Desenrolar... entenderam? Hein?! Eh... Bom, deixem para lá).
Continuando...Enfim, basicamente a técnica consiste nisso e eu espero, para a próxima semana que cada um me entregue um mínimo de 50 páginas de meta-enrolação. E, respondendo antecipadamente às perguntas mais frequentes:
- SIM, a criatividade na abordagem valerá pontos extras;
- SIM, eu vou ler os textos todos (ou não, vocês nunca vão saber), então não adianta encher o miolo dos trabalhos com textos aleatórios (ou adianta, quem sabe...); e
- E, principalmente: NÃO, espaçamento triplo não será considerado como enrolação, dessa forma vocês estariam enganando a si próprios (quando definitivamente, o objetivo é enganar o público). Afinal de contas que tipo de embromadores vocês querem se tornar? (pergunta retórica, não precisam responder). Nós temos padrões por aqui e nos orgulhamos de nossa reputação.
P.S. 1: Esta semana começará a funcionar nosso banco de currículos, no qual seus predicados poderão ser avaliados para serem aproveitados nas Câmaras Municipais, e até mesmo no Senado Federal. O
P.S. 2: Não percam, na próxima semana, a palestra de um de nossos mais brilhantes ex-alunos, o Senador Silveirinha, que abordará o tema “Opinião Pública: por que me importar, se posso enrolar?”.
4 comentários:
E esse tbm vai pra minha 'coleção' de posts...
Dari
Bondade sua... :o)
Por que eu não consegui ler este texto inteiro?
Talvez a própria teoria da meta-enrolação explique. Levando em consideração que pessoas abilmente práticas neste exercício já possuem tais táticas pré-estabelecidas, se é que as novas regras ortográficas nos permitem o uso deste hífen, em sua mente podemos concluir, se bem que concluir é justamente o objetivo a ser evitado na utilização da técnica em questão, que a leitura por completa de textos cuidadosa e calmamente planejados torna-se algo puramente óbvia e previsível uma vez que tais linhas iniciam-se sem pretenção alguma e terminam da mesma forma... aliás (não queria, já que não vale pontos, mas não resisti ao uso do espaço triplo, e por que não até mesmo o quádruplo?)corrigindo-me de algo escrito sem levar em consideração a reflexão persistente da palavra utilizada, existe, factualmente, uma pretenção na qual os autores de tais textos se esforçam arduamente para alcançá-la como exemplificado pelo autor do texto originalmente escrito, revisado, re-revisado, corrigido, encrementado, revisado uma vez mais e finalemnte postado no blog ao qual estamos acompanhando (blog pertencente ao meu caro colega do fórum GTR (que por sua vez pertence a outra pessoa que não me cabe escrever o nome aqui, pois desta forma estaria limitando este comentário a dois simples subtantivos próprios e fugindo das régras cuidadosamente estabelecidas para a completa elaboração de textos como o texto alvo deste comentário)).
Me desculpem a ordem confusa dos apostos rsrs.
Acho melhor parar por aqui, caso contrário o servidor deste blog ficará com gigabytes dedicados somente aos comentários deste post.
Felicidades
Obrigado pelas poucas, mas sinceras, palavras.
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